Existe ainda muito receio quanto ao uso de medicações na psiquiatria (os famosos psicofármacos ou psicotrópicos). Alguns tendem a achar que não servem para nada, a não ser deixar a pessoa 'dopada'. Outros pensam que poderão ficar 'viciados' na medicação.
Bom, eu acredito que, como em tudo na vida, devemos ter bom senso.
As medicações são sim muito bem-vindas e necessárias em alguns casos, pois fazem toda a diferença na vida do indivíduo quando bem indicadas. Por outro lado, elas não são pílulas mágicas, nem fazem milagres. Inclusive, para algumas pessoas a medicação será a parte menos importante do tratamento.
Outro mito é achar que todas causam dependência. Na verdade, a minoria delas apresenta essa característica. Mas é fundamental fazer o acompanhamento com um profissional de forma regular e pelo tempo adequado.
Dessa forma, não deixe que crenças ultrapassadas ou preconceituosas atrapalhem o seu tratamento. Converse com seu psiquiatra caso tenha dúvidas e cuide da sua saúde mental.
A época do final de um ano e início de outro costuma ser bastante festejada e animada. Sempre há gente sorrindo e as comemorações estão por todos os lados... Claro que tudo isso pode ser muito bom. Contudo, para algumas pessoas não funciona bem assim e é bastante comum ver algumas descompensações de quadros depressivos e/ou ansiosos.
Em meio a toda a alegria dessa época, parece que estar feliz é uma obrigação. E ao perceber que essa não é sua realidade, o indivíduo pode experimentar sentimentos de tristeza, solidão e frustração. Muitas vezes, há também uma autocobrança em relação às suas realizações durante o ano, principalmente os planos que não deram certo. Daí, vem uma sensação de fracasso e angústia frente ao futuro.
Algumas dicas que podem ajudar a lidar com isso:
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma doença caracterizada por um ciclo de obsessões (pensamentos, impulsos ou imagens mentais recorrentes, intrusivos e desagradáveis) e compulsões (atos motores ou mentais repetitivos, estereotipados e ritualizados).
Todos nós temos, ou já tivemos, pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos ao longo da vida, e isso não significa necessariamente um distúrbio. O TOC provoca um sofrimento intenso para o indivíduo, consumindo grande parte de seu tempo e energia, com impacto significativo em sua rotina. Pode estar associado também a outros transtornos psiquiátricos, tais como depressão e ansiedade.
O TOC pode aparecer em qualquer idade. Contudo, é comum que o diagnóstico demore a ser realizado, geralmente porque o paciente sente-se envergonhado em falar sobre o assunto, além do fato de que nem sempre os sintomas são observáveis por terceiros.
Existem diversos tipos de obsessões: preocupação excessiva com contaminação e limpeza, simetria, organização, medo de que algo ruim aconteça, receio de provocar dano a outra pessoa etc. As compulsões ou rituais são executados na maior parte das vezes para aliviar a angústia e mal-estar gerados por tais pensamentos.
O tratamento do TOC consiste em terapia medicamentosa e psicoterapia.
Se tiver alguma dúvida, não deixe de procurar um profissional de sua confiança.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma doença crônica caracterizada por um nível de ansiedade exagerado e persistente, de forma inespecífica.
O TAG afeta diversas áreas na vida da pessoa: trabalho, família, escola, saúde, dinheiro etc. Poderíamos dizer que se trata do indivíduo que está sempre "preocupado com tudo", apreensivo, com medo de que alguma coisa dê errado ou não saia como o planejado. Esse padrão de comportamento causa bastante desgaste e cansaço, prejudicando o funcionamento da pessoa no dia-a-dia.
Em relação ao tratamento, existem várias medicações consideradas eficazes para o TAG. Além disso, a psicoterapia também é de extrema importância.
Em muitas situações, a ansiedade é considera normal e até mesmo saudável. Mas, se você achar que a sua ansiedade está te causando desconforto ou gerando sofrimento, procure ajuda de um profissional e esclareça suas dúvidas.
A depressão é uma doença caracterizada por: humor deprimido, falta de interesse pelas coisas que antes eram prazerosas, tristeza, desânimo, desesperança, redução da energia, sentimento de inutilidade ou culpa, baixa autoestima, alteração do padrão de sono (insônia ou sonolência excessiva), alteração do apetite (aumento ou diminuição), isolamento social, redução da libido, irritabilidade, dentre outros.
O quadro clínico varia bastante entre os indivíduos e, por isso, dificilmente uma pessoa apresentará todos os sintomas descritos acima, por exemplo.
Em alguns casos, também podem estar presentes pensamentos de morte e ideação suicida.
As causas da depressão compreendem fatores genéticos, eventos estressores e até mesmo o estilo de vida adotado. Além disso, a depressão pode ser secundária a alguma doença clínica ou induzida por medicamentos e outras substâncias psicoativas.
Ao perceber a existência de sintomas depressivos, é importante buscar ajuda profissional o quanto antes e não deixar o quadro se agravar ou se tornar crônico.
O diagnóstico deve ser realizado por um médico através de uma avaliação clínica detalhada.
O tratamento mais eficaz consiste no uso de medicamentos associado à psicoterapia.
Buscar um estilo de vida mais saudável também é fundamental.
Lembre-se: saúde mental é coisa séria. Diga não ao preconceito!
A eletroconvulsoterapia (ou ECT) consiste na indução, sob anestesia geral, de atividade convulsiva através de um estímulo elétrico, com objetivo de melhorar quadros psiquiátricos graves.
O procedimento ainda é carregado de preconceitos e estigmas devido ao seu mau uso no passado, frequentemente associado a formas de tortura e punição, que são comumente reforçados pela mídia em geral.
Contudo, ao longo do tempo, a ciência evoluiu e hoje o ECT é considerado um método de tratamento seguro e eficaz (quando utilizado de forma adequada e com indicações precisas), indolor e realizado sob supervisão de equipe de saúde.
É indicado principalmente para casos de depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia refratários aos tratamentos convencionais, após avaliação minuciosa do quadro pelo profissional responsável e avaliação clínica do estado de saúde geral do paciente.
Para saber mais, assista a um vídeo:
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade. Acredita-se que até 90% dos casos sejam preveníveis. Na maioria das vezes, o suicídio está relacionado a transtornos mentais.
Se você está passando por problemas relacionados à saúde mental procure ajuda. Se conhece alguém que esteja nessa situação ofereça apoio, não julgue e oriente a pessoa a buscar ajuda de um profissional.
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